12 de agosto de 2012


Fumávamos um último cigarro e quando o esmagamos no cinzeiro de vidro, quase choramos. A música não era yiruma, nem especialmente preferida, mas ouvíamos o bater discreto dos corações e, se encostássemos o ouvido ao chão, ainda poderíamos ouvir o comboio a rasgar a linha, lá ao longe, onde o céu beija os campos. O meu estaria para chegar, e cantaste baixinho enquanto lançavas os olhares para a mala já pronta junto à porta. Ri, e paraste de cantar, e o teu olhar era de criança e achei que te parecias com uma estrela dos livros com desenhos – «Eu estarei de regresso em breve, mary-chan.»- Murmurei, enchendo-te a chávena com chá. – «Eu estarei de regresso em breve…». Fingiste que não ouviste, como uma criança das bem pequenas, e eu voltei a rir baixinho. Inclinei-me sobre a mesa baixa e desarranjei-te os caracóis com a mão, - «Vá lá, eu adoro-te.». E tu sorriste, e quando sorriste, fogos-de-artifício estalaram no ar.

2 comentários:

  1. fiquei arrepiada e olha, vai... estarei a olhar por ti e a rezar para que tudo corra bem. cuidarei do jardim, limpo a casa, cuido dos peixes laranja com cuidado e escrevo-te aqui todas as noites.. quando chegares, terás uma espécie de pequeno livro para ler.
    espero por ti, sempre. diverte-te irmã. amo-te

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