Mais um ano que carregaste sobre tais pequenas mãos, e mais um amor que parece crescer da noite para o dia, tal criança reencontrada após muitos anos. Amor, percebo, é mais que geografia. Amor, são as rugas no canto dos olhos quando sorris, e eu - eu te sorrio de volta. Amor é sentir dias, os meus e os teus, e partilhar o sol quando alguma de nós esteja sob a chuva; confundir as leis do tempo e espaço e escapulirmo-nos entre jardins, duas crianças de cabelos soltos e gargalhadas uma oitava acima. E, no final, corpos vertidos junto a canteiros em flor, lendo os post-its que fomos guardando ao longo dos anos - uns amarelos e outros rosados, todos carregando um mundo que é só nosso, onde uma pequena casa vai ganhando cada vez mais tons e, nós, cada vez mais nos moldamos numa só.
Hoje, recebe os meus corações, tal como em fogos-de-artificio me vens iluminando as noites. Hoje, os peixinhos laranja vão nadando ao som de yiruma que deixei a tocar na velha rádio da sala. E hoje, hoje é o teu dia. Amo-te, e lembro-to nos mil e um post-its colados nas paredes do teu quarto. Amo-te, pequena irmã, sem medida.