17 de outubro de 2012


Queria dizer-te, em jeito de irmã, pousando o livro sobre as pernas para te segurar a mão, que não vou. Que está tudo bem, que não quero que chores, porque não vou. Somos o dente-de-leão e o bem-me-quer num jardim onde nada morre, porque somos a rega um do outro e o sol que espreita mesmo no rigor do inverno. Contigo, há sempre o abrigo e a calma e a manta de tartarugas para nos aquecer as pernas entre cigarros meio-fumados sob um céu em estrelas. Apertando-te mais a mão entre as minhas, digo-te que és linda e que o teu sorriso é uma jarra de amor sobre uma mesa onde todas as manhãs se serve um chá, ou um café, para que o dia sorria logo pelo madrugar. Precisas-me tanto quanto eu te preciso e, irmã, não chores. Estou aqui, deixo-te metade da cama e o dobro dos lençóis para te deitares comigo, e esta noite os monstros não vêm. Numa terna música de embalar, eu amo-te.

3 comentários:

  1. e como é bom ter-te por perto, todos os dias. não nos perdemos e isso faz-me sorrir e a lua gosta de nós, sabes? e as nuvens adoram as nossas festas do pijama.
    que bom que é ter a tua mão e dormir a teu lado. amo-te. contigo estou segura.

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