Apetece-me cigarros e ver as estrelas, mas há sempre poucas e também não há vento para sentir nos meus ombros nus. Vejo do outro lado da rua as luzes nas casas das pessoas e deixo-me pensar em quem estará lá dentro e a fazer o quê. Penso tanta vez se do outro lado da rua está alguém assim como eu. Só sei que do outro lado da cidade estás tu, tal como eu. Meio apaixonadas por alguma coisa que nem sempre sabemos o quê. Iguais no amor das musicas, dos cheiros e dos sabores que percorrem a nossa alma. Temos almas grandes para pessoas como nós, não é assim? Mas temos um coração realmente ao nosso tamanho, e não falo ao tamanho que temos, mas do tamanho da pessoa que realmente somos.

Gosto de nós e gosto de sorrisos tímidos e de te ter como irmã. Por vezes, quando a noite me bate à porta mas não entra, eu lembro-me de ti e enquanto estou em lágrimas, escrevo-te para que saibas que tenho o coração magoado e que preciso de ti. Tu vens, porque de facto, vens sempre. E nós vivemos juntas, e é bom.